Título Original: The Colour of Mike
Autor: Nell Leyshon
Páginas: 208
Editora: Bertrand
São muitos sentimentos confusos e contraditórios para colocar em palavras. Não sei se serei capaz de transformá-los em palavras tão bem quanto Mary fez. Sua escrita pouco convencional, sua história tocante, sua sinceridade, e principalmente, sua inocência me conquistaram profundamente.
No ano de 1830, Mary começa a nos contar sua história: monótona e vivida sob a supremacia masculina. Mary vive com seus pais, avô e três irmãs, sujeita a apanhar por qualquer mínimo erro cometido. Por não ter nenhum filho homem, o pai de Mary ameaça, grita e bate em suas filhas inescrupulosamente, descontando toda sua raiva por elas serem quem são. Em meio a todo medo, sofridão e trabalho, Mary (que tem cabelos da cor do leite e nasceu com uma deficiência na perna) é mandada para cuidar da esposa do pastor da região, contra sua vontade.
Mary conta com quinze anos e uma vida regada a muito trabalho na fazenda. Seu pai é um homem extremamente rígido, e logo, não pensa duas vezes quando surge a oportunidade de ganhar uns trocados a mais. Desta forma, Mary é obrigada a abandonar sua família e trabalhos na fazenda para cuidar da esposa doente de um pastor. Mesmo sendo tratada bem pelos patrões, Mary ainda sente muita saudade da família e de seus trabalhos na roça.
Mary é uma personagem peculiar. Destemida, linguaruda, forte e extremamente sincera. Por ter aprendido muito recentemente a ler e escrever, ela ainda não domina muito bem as palavras e a coesão do texto, então imaginem uma narrativa em primeira pessoa de uma garota que sabe somente o essencial para contar sua história. E isto me conquistou inteiramente. Todo o texto é escrito em letras minúsculas pela nossa protagonista, com ausência de aspas ou travessões para indicar falas. A princípio isto me incomodou um pouco, mas a medida que o livro foi se desenvolvendo, acabou passando despercebido. A narrativa da Mary é completamente crua e sem rodeios, aliada a uma inocência e sinceridade impressionante.
“o senhor não fica triste?, eu perguntei.
não por muito tempo.
nem eu, eu falei. tem umas vezes que eu tenho que ficar me lembrando que estou triste senão eu começo a ficar feliz de novo."
Mary é uma personagem tão pouco convencional e tão intensa que me cativou inteiramente. Ela tem pressa em relatar o que aconteceu e com essa pressa ela consegue nos passar toda a confusão de sentimentos, toda a sociedade machista e opressora de 1830 e o quão impotente ela e todas as mulheres estavam. Entretanto, isto já parecia tão comum para ela que chega a doer mais nos leitores do que nela mesma.
a cor do leite é um livro peculiar e intenso, com uma protagonista excepcional e original e um enredo triste e sensível. É uma leitura altamente recomendada; há toda uma confusão de sentimentos e impressões, ao mesmo tempo algo muito real, cru e verossímil. Com certeza, Mary é uma personagem que jamais sairá será esquecida por mim.
Não é meu tipo de livro, mas a obra chamou a minha atenção. Gostei da sua resenha e acho que daria uma chance ao livro.
ResponderExcluirM&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de setembro
Oie So
ResponderExcluireu gostei muito do livro, e fiquei chocada com o final. Mary sem dúvida também me conquistou
bjos
www.myooklit.com
Adorei a sua resenha, parabéns! Já tinha lido outra resenha do livro e me interessado por ele. Achei bem legal e diferente isso do livro ser escrito em letras minusculas. Com certeza assim que tiver a oportunidade vou ler.
ResponderExcluirBlog Prefácio
Nossa, fiquei bem curiosa! Ainda mais porque se passa em uma época bem antiga, então me despertou um certo interesse.
ResponderExcluirxoxo
http://amigadaleitora.blogspot.com.br/
Sofia, já tinha visto outra resenha assim como a sua falando super bem sobre o livro.
ResponderExcluirQuero muito ler este livro, Mary parece uma personagem que de fato marca o leitor.
Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
Oi, Sofia! Tudo bem? Eu não conhecia esse livro, mas assim que terminei de ler a sua resenha, passei no skoob para adicioná-lo na minha estante!! Confesso que não curto muito textos que não são "corretamente" escritos, mas quando o propósito para escrever uma história dessa maneira funciona, isso acaba sendo algo positivo. Mesmo com um pé atrás para esse item em específico, a premissa da história super me conquistou, fiquei bastante curiosa para conferi-la, ainda mais tendo essa ambientação! Adorei a resenha e espero poder realizar essa leitura logo, logo! (: Bjs
ResponderExcluirJéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/
Oi Sofia,
ResponderExcluirQue capa linda desse livro, sou doida pra lê-lo.
Depois da sua resenha fiquei ainda mais animada, gosto de dramas assim... nos faz refletir, e conforme a narrativa nos toca e eleva nosso lado humano.
Ótima resenha!
bjs e tenha uma ótima semana
Nana - Obsession Valley
Olá, Sofia.
ResponderExcluirGosto de suas recomendações e esta em especial chamou minha atenção. Lembrei um pouco de Branca como leite e vermelha como sangue pela capa e título.
memorias-de-leitura.blogspot.com
Parece ser um draminha, no momento passo a leitura mas sendo a personagem tão forte me prende pela curiosidade! Gostei de entrar aqui e hoje e ter conhecido mais sobre!
ResponderExcluirBeijos Joi Cardoso
Estante Diagonal
Essa capa é maravilhosa!
ResponderExcluirLi poucas resenhas sobre esse livro mas já criei altas expectativas a respeito, quero muito ler, estou bem curiosa pela leitura. Gostei muito da sua escrita
Obrigada pelo carinho. Beijos :*
Claris - Plasticodelic
Eu fiquei tocado com sua resenha, Sofia! Um livro todo escrito por letras minusculas, por uma personagem-narradora que tem pressa de descrever as coisas, mas que com isso passa todos os sentimentos ao leitor me parece algo intenso. Com jeito humilde, chega a ser um livro que pode ser dos maiores escritos. Curti mesmo. E essa capa é linda. Bjs
ResponderExcluirGabryel Fellipe e algo - Confins Literários
Oi, Sofia!
ResponderExcluirEsse livro parece ser muito bom, hein?
Aquele momento em que eu preciso dele. Super o quero agora. Não imaginava que fosse tão bom.
Espero gostar também.
Abraço!
"Palavras ao Vento..."
www.leandro-de-lira.com
Só de olhar para a capa eu já imagina que este livro fosse mesmo bem peculiar, mas não fazia ideia de que seria tanto, aliás, pela capa eu nem imaginaria que ele se passa em 1800, mas como adoro tudo o que se passa nesta época e gosto de livros densos, já fiquei com vontade de ler...
ResponderExcluirBeijo, Van - Blog do Balaio
balaiodelivros.blogspot.com.br
Oi Sofia!
ResponderExcluirAcho que eu iria estranhar demais um livro escrito só com letras minúsculas... Me pareceu meio confuso, mas o fato da história ser tão emocionante deve ajudar a prosseguir com a leitura.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Não conhecia esse livro
ResponderExcluirMas gostei bastante da resenha e da capa
Parece ser um livro bem intenso e isso é me instiga bastante
Já estou seguindo ;)
Beijos
http://pocketlibro.blogspot.com.br