Princesa Adormecida (Paula Pimenta)

Título Original: Princesa Adormecida

Autor: Paula Pimenta

Páginas: 190

Editora: Galera Record

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Eu tinha tanta vontade de ler algo da Paula Pimenta que fiquei até com receio quando comecei a ler este livro. Terei que confessar que parte do meu receio se dava pelo público e tipo de história aqui presente. Adoro juvenis, de verdade (faz parte dos meus gêneros favoritos <3), mas histórias estilo Bella (Crepúsculo) não são muito pra mim.

Áurea/Ana Rosa tinha uma vida perfeita ao lados dos pais e amigos até os 05 anos de idade. Porém, quando Marie Malleville (terrivelmente apaixonada pelo pai de Áurea/Ana Rosa que é descendente da realeza) tenta sequestrá-la ainda criança e instala pânico em seus pais, a vida da garota vira de cabeça para baixo. Distanciada de seus pais, Ana Rosa sempre foi superprotegida e mimada por seus três tios, que após a vinda da garota para o Brasil acabam assumindo toda a responsabilidade por sua criação. Agora com  16 anos, Ana Rosa não se sente como uma adolescente comum. Não pode sair com as amigas, namorar, se comunicar com outros garotos e sente-se sufocada com tamanha proteção; então quando as amigas resolvem dar uma fugidinha em seu aniversário de 16 anos, ela finalmente tem a chance de ser uma garota como as outras. Ana Rosa acaba conhecendo um garoto por mensagens e com o tempo comunica-se comumente com o rapaz. Seria este o primeiro amor de Áurea/Ana Rosa?


Esta é uma releitura de um conto de fadas já amplamente conhecido, então dizer que Princesa Adormecida é um livro previsível talvez seja muito previsível. Paula Pimenta tem inegavelmente uma narrativa muito fluída e contemporânea, e uma leitura rápida e agradável é quase certeza aqui. Entretanto, diversos pontos fez com que esta leitura não fosse tão proveitosa quanto poderia.
Ainda que a narrativa da autora seja rápida e agradável, não posso dizer o mesmo a respeito da passagem entre passado e presente. A protagonista nos conta a história intercalando entre esses dois tempos, e infelizmente me pareceu confusa a forma como a autora os construiu.

“Imagine acordar e descobrir que o mundo que você achava que era real nada mais é do que um sonho. E se todas as pessoas que você conheceu na vida simplesmente fossem uma invenção e, ao despertar, percebesse que não sabe onde mora, que nunca viu quem está do seu lado, e, especialmente, que não tem a menor ideia de onde foi parar o amor da sua vida. ”

O romance é rápido e fofinho, cheio de inseguranças e amor, então quem procura por um romance de fim de tarde esta é uma boa pedida. Mas quem espera por uma vilã sombria e presente é provável que se decepcione. Marie Malleville poderia ser uma vilã excepcional. Tamanha a obsessão com a protagonista, eu creio que tinha muita margem para criar uma ótima vilã, que traria "medo" aos leitores e muitas dificuldades para a protagonista. Ao meu ver, isto ficou longe de acontecer. A "vilã" mal aparece aqui. Infelizmente, fiquei com a impressão de que Paula Pimenta correu neste livro e deixou tudo muito solto e confuso.
Princesa Adormecida não é um livro feito para surpreender e arrebatar o leitor com sua trama, mas para entretê-lo e provavelmente, agradá-lo. A transformação que a autora faz num' conto de fadas mais antigo em uma espécie de "conto de fadas" atual é incrível. Conseguir transformar tudo em uma linguagem jovem e mais coloquial foi muito legal.

Ainda que a leitura não tenha sido das melhores, é inegável a fluidez e maestria de Paula Pimenta com as palavras, bato palmas para isso. Apesar de todos os pontos citados, Princesa Adormecida foi uma leitura agradável e bacana (e incrivelmente rápida) e que vai como uma indicação aos novos leitores e a quem procura por uma leitura de fim de tarde.