The Walking Dead - A Ascensão do Governador (Robert Kirkman e Jay Bonansing)

Título Original: The Walking Dead - Rise of the Governor

Autor: Robert Kirkman e Jay Bonansing

Páginas: 361

Editora: Galera Record

-  Skoob  -

Peguei A Ascensão do Governador  com um ar de curiosidade, afinal, todos falam muito bem da série e o tema central me chama bastante atenção: zumbis. Não sabendo muito mais de que se trata de zumbis, TWD A Ascensão do Governador foi uma boa experiência.

Apesar de Brian ser o irmão mais velho dos Blake, é Philip Blake quem toma as atitudes e arranca algumas cabeças mortas por aí, e desta forma, quando o caos e a "epidemia"* se espalha pela população e tudo o que eles conhecem como "normal" muda, Philip assume a liderança do grupo, de forma totalmente autoritária.


Após a perda da esposa anos antes da "epidemia" se espalhar pelo mundo, Philip tem que encarar a perda que todos os dias o atormenta e cuidar de sua filhinha Penny. Penny é tudo o que resta a Philip, e ele será capaz de tudo para defendê-la.

Logo no início somos apresentados a um Brian assustado cuidando de Penny enquanto zumbis são (mortos?) destruídos do lado de fora pelas mãos de seu irmão e mais dois amigos, Bobby e Nick. Corre a notícia que em Atlanta há um centro de refugiados, a 30 km de distância, e é esse o destino do grupo de resistência. Porém, o pequeno grupo não contava que esta missão fosse tão difícil: a cidade está tomada por mortos-vivos.

" – Nós vamos sobreviver a esse pesadelo, 

e vamos fazer isso nos transformando em monstros piores que eles. (...) 

Até então não havia tido praticamente qualquer contato com The Walking Dead, somente umas poucas olhadas em trechos de jogo ou da própria série. Fora isso, nada. E mesmo não conhecendo esse mundo tão famoso e aclamado pela mídia, gostei e me senti envolvida pela história, sem qualquer compromisso ou uma senhora "?" no ar. E esse é um dos motivos que me faz o indicar. Um bom admirador de histórias de suspense e zumbis pode pegar TWD somente como uma simples leitura. E eu garanto que como um (ótimo) entretenimento.

A Ascensão do Governador possui uma linguagem coloquial interessante. Sem rodeios ou floreios, cru e comum é o que torna os personagens tão verossímeis e interessantes. (Muitas vezes eu diria até dramáticos) Mas o mais interessante é como todo esse apocalipse zumbi consegue mudar as pessoas, antes sãs, agora fugindo de seus próprios princípios. A pressão psicológica é bem trabalhada aqui.

Eu costumo dizer que quando o protagonista não me agrada, provavelmente o livro não me agrada também. Pode soar um pouco radical, mas já aconteceu várias vezes comigo. Neste caso, não. Por mais que muitas vezes eu compreendesse as atitudes impulsivas e por vezes extremamente autoritárias do Philip, não consegui simpatizar totalmente com ele. Sou muito mais o Brian (isso soará no mínimo irônico ao Governador). E contrário a minhas ideias malucas, mesmo não gostando do protagonista, gostei do livro.

Fiquei diversas vezes muito irritada pela forma como o Philip trata o irmão mais velho, com desprezo e autoritarismo, por maaaaais que o Brian desse alguns motivos para isso.

Vi algumas pessoas comentarem que precisa de estômago forte para ler este livro. Eu não diria exatamente isso, por que mortes, tripa pra cá e tripa pra lá, sangue, braços, crânios e etc e tal é inevitável aqui. Mas eu sinceramente não vi grandes coisas nisso. Peguei o livro ciente disso.

Assim como palavrões são usados com frequência pelos personagens, e até mesmo pelos autores na construção da narrativa: de forma nada exagerada.

Em suma, posso dizer que A Ascensão do Governador foi uma excelente escolha, consegui me envolver com a história e ser surpreendida a cada página. Não indico somente aos (como muitos dizem) que têm estômago forte, mas aos que procuram uma boa leitura.

*Não se sabe ainda a origem ou o que é de fato.