Milagre nos Andes (Nando Parrado e Vince Rauce)

Autor: Nando Parrado e Vince Rauce

Páginas: 375

Editora: Objetiva

Milagre nos Andes conta a história verídica de um desastre nos Andes em 1972. Nando Parrado, um dos sobreviventes, conta o terror, medo e esperanças que tiveram no suplício. É uma história intensa, mas também, bela, pela coragem e esperança daqueles que sobreviveram e dos que lutaram para conseguir.

Aqui são contados os relatos de 72 dias na montanha, suportando o frio, o medo, a fome e a sede, até a comer a carne humana de seus amigos mortos. Por muitos, essa situação seria questionada, como o próprio Nando diz, como desumano, mas no desespero, na luta pela sobrevivência, você suportaria ficar com fome? É horrível, sim, e tenho certeza que não foi fácil.

Quando os sobreviventes descobrem que o resgate foi cancelado, todas as esperanças de sobrevivência são destruídas, de modo que estavam sozinhos a partir daquele momento. Tiveram que escalar montanhas enormes, dormir ao relento (no frio extremo) e suportar o cansaço e o esgotamento.

O que achei incrível foi o questionamento sobre a intervenção de Deus, a que momento ele intercedeu, por que ele deixou que tantos morressem, enquanto outros 16 voltam para casa.

"— Como é que podes ter tanta certeza de que, de todos os livros sagrados do mundo, aquele em que te ensinaram a acreditar é a única palavra autêntica de Deus? - perguntava ele - Como é que sabes que a tua ideia de Deus é a única que é verdadeira? Somos um país católico porque os espanhóis vieram e conquistaram os índios que aqui viviam e depois substituíram o Deus dos índios por Jesus Cristo. Se os Mouros tivessem conquistado a América do Sul, estaríamos todos a rezar a Maomé em vez de Jesus."

 Incrível também o amor do Nando pelo seu pai, que mesmo não sabendo, foi o que o tirou dali, o que o impulsinou a continuar, lutar por si, por seu pai, e pelos seus amigos!

"Era impressionante: apesar de  todo o seu poder, as montanhas não eram mais fortes do que o meu apego a papai. Tive um momento de calma e clareza, e dentro dessa clareza de pensamento, descrobri um segredo simples e aterrador: a morte tem um oposto, mas ele não é apenas a vida. Não é a coragem, a fé ou a vontade humana. O oposto da morte é o amor."