Marina (Carlos Ruiz Zafón)

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Páginas: 189

Editora: Suma de Letras

“Marina” pode ser considerado um tanto quanto ‘macabro’. Confesso que em algumas partes me arrepiei, da mesma forma que me surpreendi em outras. Antes mesmo de começar a leitura sabia que o livro me cativaria. Carlos Ruiz Zafón tem uma escrita fascinante, que é tanto fluida quanto rica. Preciso ler outras obras do Zafón, seu talento na escrita me fascina.

 Talvez tenha escolhido o momento errado para conhecer a história de Óscar Drai, Marina, Germán e o passado de Mijail Kolvenik. Iniciei a leitura numa semana de simulado e na seguinte, várias provas. Apesar de ter dito que não leria livro algum no momento, as primeiras páginas de “Marina” me prenderam.

 A história gira em torno do misterioso passado de Mijail Kolvenik, um homem que conseguiu várias conquistas, mas que também destruiu parte delas.

 Todo último domingo do mês, uma misteriosa dama de negro visita o cemitério de Sarriá para depositar uma rosa num túmulo sem nome. Marina e Óscar passam a ‘investigar’ a história, mesmo que ‘sem propósitos’, porém aos poucos se metem numa história bem complicada.

 Não vou me aprofundar muito na trama do livro, até por que não há muito o que dizer.

 Óscar era um menino só que vivia em um internato na gloriosa Barcelona. Em uma de suas ‘viagens pelas ruas misteriosas’ acaba encontrando um casarão que aparentemente estaria abandonado, como muitos outros do local. Mas não. Ali se encontrava Marina e Germán, uma garota sábia e um homem encantador.

 A leitura de “Marina” lança frases aparentemente simples, mas que possuem reflexões e impactos.

"Às vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Oscar. - disse ela. - A gente só se lembra do que nunca aconteceu."

Na contra-capa do livro está escrito: “O talento visionário de Zafón para contar histórias é um gênero literário em si.” - USA Today. É impossível não concordar, pois a escrita de Zafón é rica, fascinante, poética... “Marina” foge dos padrões, pode-se dizer. Se quiser mudar e fugir dos triângulos amorosos sobrenaturais, a leitura de “Marina” é ideal. Além de que não se enquadra nos contos de fadas, e aquelas outras coisas... Achei até bem ‘sinistro’. E eu gosto disso.

 "Isso está meio morto, não? - sugeri, consciente da ironia.

 - A paciência é a mão da ciência - replicou Marina.

 - E a madrinha da demência - devolvi..."

Não tenho muitas palavras para descrever a leitura de Marina, e muito menos para descrever o talento de Zafón. Com certeza está na minha lista de favoritos!