Oi gente!
Estamos no Contos de Quinta número 8! Que legal, né? Afinal faltam dois contos para chegar a 10!!!
A Menina Que Falava Com Árvores
A Menina Que Falava Com Árvores
A menina de olhos azuis aproximou-se de sua mãe, que lia interessada uma revista.
Disse-lhe com voz manhosa:
― Mãe, eu me sinto só.
A mulher não desviou os olhos do que lia, e resmungou:
― Vá brincar com a vizinha.
― Mas ela não é minha amiga. ― A pequena cruzou os braços.
― Não?
― Não. Ela pega meus brinquedos, puxa meu cabelo e zomba de minhas roupas.
― Então brinque com sua boneca nova. ― Disse a mãe encerrando o assunto e fazendo um gesto para a garota sair da sala.
Cabisbaixa, ela foi então falar com seu pai que estava no escritório. Disse-lhe com a voz tristonha:
― Pai, eu me sinto só.
O homem digitava em seu computador ― ele estava sempre trabalhando, era o que a menina constatava.
― Mas você não tem amiguinhos lá na escola? ― Ele tentava deixar a voz doce, mas claramente não estava prestando atenção no que a filha dizia.
― Não. Eles não me deixam brincar...
― Filhinha ― Ele parou de digitar e olhou para ela. ― Deixa o papai trabalhar, depois eu coloco um jogo novo pra você no computador.
Ela desistiu de conversar e foi andando amuada até seu quarto.
No dia seguinte, na escola, procurou sua professora e falou chateada:
― Tia, eu me sinto só.
― Seus amigos estão brincando, vá lá ― Ela fez um gesto para o parquinho, no qual as crianças corriam e pulavam.
― Eles não são meus amigos...
― Claro que são. Vamos, tente se enturmar.
“Gente grande tem uma idéia muito errada sobre amizade”, pensou ela, enquanto se afastava do parquinho e sentava embaixo de uma árvore.
― Eu me sinto só... ― Disse para si mesma e suspirou.
― Eu também. ― Respondeu a árvore.
A menina dos olhos azuis deu um salto, surpresa, e fitou os galhos acima de sua cabeça.
― Você fala?
― Claro que falo, todas as arvores falam. ― Ela respondeu delicadamente, mas como se aquilo fosse obvio. ― Mas os adultos se recusam a nos ouvir.
Ela olhou fascinada para a árvore.
― Qual é seu nome?
― Jacarandá, prazer.
― Por que você se sente só, Jacarandá?
― Não há outras árvores à volta. Não tenho ninguém para conversar, e há muito tempo nenhum passarinho vem aqui fazer um ninho e me alegrar com seu canto.
A garota ficou pensativa, e a árvore completou meio melancólica:
― Nós nos sentimos sós na cidade...
Ela concordou com a cabeça, e perguntou:
― O que é um amigo?
― É alguém que preenche um pouco do vazio das pessoas. ― Disse-lhe a árvore com uma voz meiga, mas tristonha. A menina sorriu.
― Posso lhe fazer companhia?
O vendo bateu nas folhas do Jacarandá, que balançaram, e pareceu que ele estava rindo.
― Mas é claro, pequenina.
A partir daquele dia, a menina de olhos azuis passou a falar com árvores.
Gente, quem achou o conto super demais? Pois é... Ele foi mandado pra Marta, do blog As Palavras Fugiram pela Julia Molinari. Bem, ela tem mandado vários contos pro blog e quem quiser conferir é só ir no blog da Marta, tá?
Pelo blog: As Palavras Fugiram
Autor: Julia Molinari
6 comentários:
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Amei *-* Concordo plenamente. As pessoas tem uma visão totalmente distorcida sobre amizade, amigo é aquele em quem você confia em todas as horas, e que se vc está longe sente um aperto no peito, não é só pq estudam na mesma classe que uma pessoa é amiga da outra.
ResponderExcluirBeijos
Amigas entre livros
Oi Sophie,
ResponderExcluirO conto é mesmo muito fofo e interessante ^^
E é legal que a coluna estimula o envio dos contos e nos permite conhecer textos de outros leitores/blogueiros/escritores e etc =)
Bjs!
Oi Sofia!
ResponderExcluirQue conto fofo!
ME lembrou um pouco O Pequeno Príncipe ^^
Beijos!
O 'conto d quinta' mais lindo até agora =}
ResponderExcluirQue lindo, Soso! Adorei... O conceito sobre amizade varia muito e cada um tem o seu.
ResponderExcluirBeijinhos,
www.primeiro-livro.com
Adorei o conto!
ResponderExcluirMuito lindo mesmo!
Eu costumava abraçar árvores, (as vezes ainda o faço) algumas pessoas me acham meia doida mas fazer o que.
;D
Beijos
Bia | Blog Livros e Atitudes