Contos de Quinta - Coluna da Marta

Boa noite galerinha, sei que está um pouco tarde para a postagem,
temos uma nova coluna aqui no blog que é a da Marta do blog  As Palavras Fugiram. Então, esta nova coluna vai a sua telinha ai do PC nas Quintas-Feiras com o título Contos de Quinta. E muito obrigada Marta por aceitar e pela maravilhosa parceria!

                                       Contos de Quinta




A jovem que tinha ânsia por escrever


“Pobres de minhas histórias”, pensava a jovem autora. Naquele exato momento, sabia o que escrever. Tinha inúmeras idéias, uma mais fantástica do que a outra. Eram tantas, que nem achava que conseguiria por todas no papel antes que a inspiração passasse. Mas isso apenas se devia à sua aflição.

Ela suspirou. Sim, somente lhe vinham à mente suas maravilhosas histórias, quando estava deprimida ou magoada. Os textos belos eram sua rota de fuga, seu refúgio. Escrever a aliviava. Quando terminados, os contos lhe davam uma sensação agradável, consoladora. Como um artista, que depois de muito suor e horas de trabalho, olha orgulhoso para sua obra de arte concluída.

Isso, era uma artista! Mas não uma artista convencional. Sua habilidade não dependia de treino ou talento, e sim funcionava de acordo com seu humor.

Escrever era uma necessidade de desabafo. Não sabia o que falar, a quem recorrer, e logo pegava uma folha de papel; as idéias rapidamente fluíam de sua imaginação para a tinta impressa numa letra descuidada em seus cadernos. E depois, vinha a satisfação. Passageira, obviamente, pois logo tornava a se deprimir e, consequentemente, a escrever. E isso se transformava num ciclo.

Mas então, e quando estava alegre? Exato. Nada lhe inspirava. Pois escrever era um consolo para a sua tristeza. Então, logicamente, se estava feliz não tinha motivos para tal ato.

Por isso a jovem suspirava. Temia por suas histórias. Agora mesmo, cenas mágicas e apaixonantes tomavam conta de sua imaginação. Mas ela sabia que se as colocasse no papel, uma hora pararia de escrevê-las, as deixaria incompletas. E quando a tristeza retornasse, não poderia retomá-las, pois cada angústia era gerada por um sentimento diferente, portanto davam origem há histórias diferentes.

E isso a fazia ter uma ânsia quase doentia por escrever. Perdia o sono, se desconcentrava de tudo e todos, desesperava-se por um pedaço de papel onde pudesse vomitar as idéias. Pois se não fosse rápida, todos aqueles sonhos extraordinários seriam esquecidos por ela própria.

Depois, como penava para se lembrar do que tinha pensado, do desfecho que tinha planejado, da descrição que tinha montado mentalmente. Isso a frustrava. Queria terminar suas histórias, terminar de transcrever seus sonhos. Mas ao mesmo tempo queria se alegrar, esquecer dos problemas e ficar feliz.

E parar de escrever.

Vivia nesse paradoxo, nessa confusão de sentimentos. Criava textos geniais, depois sumia durante meses. Odiava sofrer, amava escrever. Não entendia a si mesma.

Nesse exato momento, estava sentada confortavelmente em um puff verde claro, após abandonar a cama por causa da insônia originada das idéias. Mais cedo já havia chorado, havia se contestado. Já havia discutido consigo mesma, já havia desistido. Agora, só lhe restava uma coisa a fazer: pôr tudo no papel.

Não sabia se ia continuar, não sabia o quanto a tristeza duraria. Tinha pressa. O caderno lhe chamava.

Mãos à obra.


E aí, vocês gostaram? Espero que sim, e quem quiser mandar a sua história nunca contada clique Aqui. Que aparecerá no blog da Marta, certo?
 Pelo blog:  As Palavras Fugiram.
 Autora: Julia Molinari

E aguardem a próxima História Nunca Contada... Beijos,
Yaline

2 comentários:

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